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CRÍTICA | "Elis" - A biografia que não é filme, é um tributo!


Com trailer lançado há cerca de três semanas, mais ou menos, uma expectativa interna criou-se dentro de quem vos escreve! "Elis" viria para dar um aprendizado cultural, musical e histórico para os brasileiros. Já seria um presente de Natal antecipado.

Pois bem... não foi! Ao assistir ao filme, logo de cara, percebe-se que a "vida" desta Elis começa já pelos 20 e poucos anos, quando ela chega ao Rio de Janeiro acompanhada de seu pai. Ué, mas se era para ser um filme sobre a história da cantora, porque não mostrar o começo? Seus pais quando a geraram, seus primeiros passos (engatinhando mesmo), seu primeiro contato com a música aos 13 anos, a adolescência, e a vontade de respirar novos ares longe do Sul...

Quem foi a mãe de Elis na história da cantora? Na vida, para ela e familiares, certamente, alguém muito importante! Para o longa, alguém inexistente; um ser desprezado. Erro dois!

Sente-se falta de "Como Nossos Pais" (que entrou apenas no começo do filme, em 20 segundos no máximo) e de "Alô, alô, Marciano", grandes sucessos na carreira de Elis. Erro três!

Por outro lado, o filme mostra uma Elis durona, dona de si e cheia de vontades. Entendemos e conhecemos, a vera, quem foi o responsável pelos seus trejeitos em palco, o responsável pelo visual "joãozinho", e, principalmente, que cada música representa uma fase, um momento vivido por Elis; sua vida, sua história em música.

No longa, para alguns, um aprendizado, para outros, uma confirmação... ou ainda para mais outros, uma inverdade, talvez: Ronaldo Bôscoli, primeiro marido de Elis, foi um grande bon vivant; canalha mesmo! Já o segundo marido, César Camargo Mariano, foi aquele que a amou por admiração, mas que mostrou, pelo filme, que Elis era "louca", "noiada", "neurada". Será? Ou foi?

No campo dramatúrgico, Andreia Horta defendeu a Elis que lhe foi apresentada; se entregou bem e afundo! Trejeitos, nuances, risada, respiração.... que saudade e que prazer ver Elis viva!

Outro destaque foi Lúcio Mauro Filho, que defendeu Luiz Carlos Miele perfeitamente. Inclusive, a pesquisa do ator foi tão boa, que visualmente, se comparava um ao outro. 

Outro aspecto de importante relevância foi a cenografia. Excelente material de pesquisa! Os carros de época, os figurinos... os pequenos detalhes, tudo perfeito! Nota 10 nesse quesito!

Diante disso, o filme "Elis" não se trata de uma biografia, e sim, apenas um tributo! Foi uma história contada da metade da vida da cantora até a sua morte!

Aliás.... e que morte!? O encerramento, dica para os roteiristas, poderia ter tido Maria Rita fazendo jus ao tributo com musicas da mãe. E não apenas a pausa/corte dada com a morte da grande artista!

por Fa Marianno

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