Contratado
a peso de ouro, o autor Carlos Lombardi, ex-TV Globo, fez a sua estreia na
teledramaturgia da TV Record com a novela “Pecado Mortal”.
Com
as colaborações de Emílio Boechat, Nélio Abbade, Margareth Boury e Renê
Belmonte, o folhetim contou com a direção-geral de Alexandre Avancini e sua
equipe.

A
trilha sonora escolhida para o folhetim foi de extrema qualidade. Mérito dado a
competente a direção de Daniel Figueiredo, que selecionou um repertório primoroso,
muito bem pesquisado e apropriado para e sobre a época em que se passava a
história. O tema de abertura, "Street Life", do The Crusaders, foi
uma excelente escolha.
Dita como
a nova superprodução da Record, “Pecado Mortal" mostrou que realmente a
sua produção foi de cinema! Destacou-se com uma boa direção e edição, onde
retratou com clareza as épocas em que as fases se passaram, bem como a
identificação visual e nominativa dos personagens.
A
edição foi um ponto à parte. De maneira ousada, se colocou cenas de ação com
efeitos de slow motion (câmera lenta) e, seguidamente, a continuação da
cena volta à agilidade. Perfeito! Pecou levemente na duração de alguns
capítulos, deixando-os longo demais.
A boa
direção ficou explícita em todas as cenas de ação, que brindaram do começo ao
fim da narrativa. Brigas entre máfias e o "bem x mal" mostraram que a
história teve gás ao longo desses oito meses.

O
excelente texto de Lombardi foi bem esmiuçado e não pairou qualquer dúvida
sobre o porquê de cada personagem agir de tal maneira. Entre cenas de ação,
romance e mistério, o autor não deixou de acrescentar pitadas de humor. O
"teatrinho" entre os personagens protagonistas foi sensacional.
Ainda
quanto ao texto, Carlos Lombardi “quebrou” o habitual das novelas da Rede
Record. Abusou de cenas de sensualidade, strip-tease,
corpos desnudos e indicação ao sexo. Também abordou a máfia italiana, bandidagem
nos morros, jogos ilegais, drogas e doenças maléficas da época. Assuntos estes,
até então, jamais bastante explorados pela emissora.


Em
suas cenas iniciais, a iluminação deixou a desejar. No entanto, e de maneira
correta, a produção soube ajustar os pontos de luz e deixar os estúdios em
harmonia. A sombra deu lugar ao brilho!
Em
meio a um elenco totalmente bem dirigido, todos cumpriram suas missões dadas
pelo mestre Lombardi. Mas os maiores destaques da trama foram Maytê Piragibe e
Jussara Freire (‘Ana Vêneto’), Fernando
Pavão (‘Carlão’), Gracindo Jr. (‘Cebolão’), Denise Del Vecchio (‘Das
Dores’), Paloma Duarte (‘Dorotéia’), Gustavo Leão e Mário Gomes (‘Getúlio
Amado’), Mariah Rocha (‘Helena’), Carla Cabral (‘Laura Escobar’), Juliana
Didone (‘Leila Vergueiro’), Tatyane Goulart (‘Livia’), Mel Lisboa (‘Marcinha’),
Henrique e Luiz Guilherme (‘Michelle’), Sônia Lima (‘Norma Shirley’), Felipe
Cardoso (‘Otávio Vêneto’), Simone
Spoladore (‘Patrícia Salgado’), Cláudio Heinrich (‘Paulo Noronha’), Iran
Malfitano (‘Pedro Noronha’), Vitor Hugo
(‘Picasso’), Marcela Barrozo e Betty Lago (‘Stella Nolasco’), Van Gogh (‘Heitor
Martinez’), Gabriela Moreyra (‘Antônia’) e André Ramiro (‘Mineral’).
O
único pecado de “Pecado Mortal” foi a novela ser exibida pela TV Record. A
emissora não tem o menor respeito pelos seus telespectadores (muito por conta
de colocar gente da Igreja, e que nada entende de televisão, em cargos no
canal), mudou o horário de exibição do folhetim, que inicialmente começou às
22h30 e agora vai ao Ar 21h 15. Isso claro, em termos de grade, pois na
realidade nunca começa pontualmente.

Não
à toa, a produção não foi bem em audiência e marcou médias entre 4 e 5 pontos,
chegando a 3 pontos em algumas ocasiões, mas tendo esboçado reação em sua reta
final, onde marcou entre 7 e 9 pontos. Mas tudo muito longe dos 11 pontos de
estreia e 13 de pico. Na média geral, a novela ficou com 6 pontos.
A
contratação de Carlos Lombardi, no entanto, se fez um achado para a TV Record.
Aparentemente livre, o autor criou uma excelente obra, e sem desmerecer os
demais autores, a emissora precisava de Lombardi.
por Fa Marianno (@Famarianno)
Fotos: Reprodução/Record.
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