Crítica - O Sangue agora corre na “veia” da TV:




Na noite desta segunda-feira (29), a TV Globo promoveu a estreia da novela “Sangue Bom”, de autoria de Maria Adelaide Amaral e Vicent Villari, mesma dupla do remake de “Ti Ti Ti” (2010).

Com a temática sobre o TER ou SER alguém na vida, a trama abordará o universo das celebridades. Um assunto atual, ainda mais por conta do avanço e do surgimento de novas mídias. Uma novela jovial, colorida e com uma trilha sonora pulsante, elementos sinônimos de sucesso! Vai lançar e ditar moda!

“Sangue Bom” traz uma abertura ágil e colorida, rica em elementos gráficos em uma animação muito bem elaborada, o que faz prender a atenção do telespectador. Além disso, houve um casamento perfeito com a música “Toda a forma de amor”, de Lulu Santos, repaginada pelo grupo “Sambô”.

A trilha sonora de “Sangue Bom” será um dos grandes atrativos da produção. Músicas inéditas muito bem escolhidas e “chicletes”, além da boa sacada em repaginar antigos sucessos com versões mais empolgantes.

A cenografia mostrada neste primeiro capítulo se mostrou bastante seletiva e completa, com bons recursos de iluminação e equipamentos. Vai bem ao estilo de “nós temos o que você quiser”!

A fotografia da trama foi muito bem destacada pelo excelente conjunto da maquiagem e iluminação. Porém, cenas com stock-shots (paisagens, cenários sem elenco) quase não existiram, além de não haver uma apresentação de São Paulo como cidade-sede da novela.

O novo folhetim das 19 horas conta com uma edição ágil, com os excelentes trabalhos de direção de Carlos Araújo e direção de núcleo de Dennis Carvalho. Destacou-se o uso do recurso do slow-motion (câmera lenta) em uma cena de destruição de um veículo. Muito bem captado pelas câmeras.

O figurino dos personagens ‘Amora’, ‘Giane’, 'Verônica' e ‘Brunetty’ chamou a atenção e mostraram um contraste claro entre os núcleos propostos. Porém, se deve ficar atento às roupas usadas por Isabelle, pois ângulos feitos pelas câmeras deram a impressão que a atriz está acima do peso, e com um quadril largo.

Os autores, já neste primeiro capítulo, souberam deixar claro todas as nuances de seus principais personagens, bem como aos do segundo e terceiro plano. Ficou evidente a dosagem de humor x drama.

Neste primeiro capítulo se destacaram as atuações de Marco Pigossi (‘Bento’), Sophie Charlotte (‘Amora’), Fernanda Vasconcellos (‘Malu’), Isabelle Drummond (‘Giane’), Humberto Carrão (‘Fabinho’), Ellen Rocche (‘Brunetty’), Tuna Dwec (‘Sueli Pedrosa’), Letícia Sabatella ('Verônica'), Malu Mader (‘Rosemere’), Armando Babaioff (‘Érico’) e Bruno Garcia (‘Natan’).

Pablo Morais ('Jonathan James') vai melhor de modelo do que ator. O rapaz precisa estudar muito. Não convenceu em nada em sua rápida participação na trama. Alívio seu personagem já ter morrido na história. Aliás, uma cena sem graça, que poderia ser mais dramática.

Já Giulia Gam ('Bárbara Ellen') apresentou uma personagem interessante, mas tem que ter todo o jogo de cintura, inclusive em uma sintonia com os autores, para que sua personagem não caia no ridículo absurdo. Não pode passar do ponto!

Por falar em passar do ponto, ‘Damáris’, de Marisa Orth, já começou além da conta! Totalmente afetada e com níveis bem acima do tom que a personagem deste tipo, uma tresloucada, poderia ter. Marisa é ótima para comédia, mas cansa de vê-la em uma maioria de papéis neste segmente. Sempre remete à eterna ‘Magda’ (“Sai de Baixo”).

O caso de Ingrid Guimarães é o oposto ao de Marisa. Ingrid também funciona muito no humor, e sua ‘Tina’ está em um nível bastante tranquilo, fácil para se “degustar”. Vai arrancar boas gargalhadas!

Muito bom ter de volta à emissora, atores como Edwin Luisi ('Tio Lili'), e que seu personagem cresça. Já Jackson Antunes, após a gafe da TV Globo na gravação da festa de Fim de Ano (esqueceram do seu nome durante a filmagem), é uma grata surpresa na trama.

Curioso é ver Sérgio Malheiros (‘Jonas’) e Daniel Dantas (‘Gilson’), ambos com personagens similares aos que fizeram em “Cheias de Charme” (2012). O mesmo vale para Carolinie Figueiredo (‘Júlia’), que lembra a sua ‘Madu’ em “Ti Ti Ti”.

A nova “classe C” foi claramente mencionada por personagens do folhetim, o que confirma a aposta da TV Globo nesse público. Além de trazer o público jovem à frente da TV nessa faixa horária.

“Sangue Bom” tem tudo para elevar a audiência do horário, derrubada por sua antecessora ("Guerra dos Sexos"). Não à toa, e com todo o respeito, a novela tem todo um misto de “Malhação”, “Cheias de Charme” e “Friends”. 

por Fa Marianno (@Famarianno)

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